domingo, 28 de setembro de 2014

O drama palmeirense não tem fim

O Palmeiras completou 100 anos no início de setembro e o torcedor até o momento tem poucos motivos para comemorar. O clube vive um dos momentos mais turbulentos da história e tudo indica que conhecerá o terceiro rebaixamento à série B do Campeonato Brasileiro.



O Verdão está na zona de degola e dá raras amostras de que sairá do atoleiro. Há uma semana, a equipe foi humilhada pelo Goiás (6 a 0), no Serra Dourada. Três dias depois bateu o Vitória por 2 a 0, no Pacaembu, correndo poucos riscos, é verdade. Nesse domingo diante do Figueirense, em Florianópolis, sofreu um novo revés por 3 a 1. Até que fez um primeiro tempo seguro contra os donos da casa, mostrando solidez defensiva, toque de bola interessante e boa movimentação no ataque. Com méritos foi ao intervalo com a vitória por 1 a 0 - gol de Cristaldo.

O torcedor palmeirense chegou a acreditar que os três pontos viriam. O Verdão teve duas grandes chances para ampliar e praticamente liquidar a fatura. Na primeira delas, aos quatro minutos, Cristaldo recebeu boa assistência de Valdivia e finalizou para grande defesa de Tiago Volpi. Aos 22 minutos, ocorreu um lance inacreditável que indiretamente acabou mudando o rumo do jogo. De frente para o gol, o displicente Valdivia resolveu brincar e tocar a bola para o lado, perdendo a grande chance de encaminhar a vitória. O erro, que me pareceu proposital, acabou abatendo os visitantes e dando moral ao Figueira, que incrivelmente, fez três gols em apenas quatro minutos com Clayton (2 vezes) e Marcão.

Os jogadores palmeirenses saíram arrasados do gramado. O jovem Victor Luís desabou em lágrimas.

Não entendo a idolatria que a maioria dos palmeirenses tem por Valdivia. Ele até pode ser dotado de boa técnica, mas traz resultados irrisórios dentro de campo. O chileno atuou somente em sete das 25 partidas do Campeonato Brasileiro. Ficou tanto tempo sem entrar em campo devido a suspensões e lesões. É bom lembrar que também ficou um bom período sem atuar, quando viajou para os Emirados Árabes para acertar sua transferência ao Al-Fujairah. A negociação melou e Valdivia resolveu passar alguns dias de "férias", em Orlando, nos Estados Unidos. Logo depois retornou ao clube brasileiro, onde tem contrato até agosto de 2015. Não tendo dúvidas em dizer que o jogador tem o pior custo benefício da história palmeirense. Foi contratado em 2010 junto ao Al-Ain sob o valor de 15 milhões de reais.

Há pouco mais de duas semanas, o meia pisou no flamenguista Amaral e foi expulso, prejudicando a reação da sua equipe, que tinha acabado de empatar e iniciava a busca da virada. Por incrível que pareça a diretoria passou a mão na cabeça do Mago e no jogo seguinte ao cumprimento da suspensão, ele foi escolhido como capitão pelo técnico Dorival Júnior. Sinceramente não entendi o motivo de dar essa responsabilidade a um atleta descomprometido.

Os dois próximos compromissos do Palmeiras serão contra equipes que também lutam contra a degola: Chapecoense, no Pacaembu e Botafogo, no Maracanã. Resultados adversos nesses confrontos devem colocar o alviverde mais próximo da série B. Depois desses jogos, a equipe vai ter pela frente a pedreira Grêmio, no Pacaembu e o indigesto Santos, na Vila Belmiro. Uma sequência que provoca calafrios até no torcedor mais otimista (será que existe?).

A missão contra a degola será duríssima. Antes de tudo, o Palmeiras precisará trabalhar o lado psicológico dos jogadores - principalmente em relação aos mais jovens. Medidas duras devem ser tomadas contra o irresponsável Valdivia.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Atlético-MG entra no G-4 pela primeira vez e mostra porque é forte candidato a uma vaga na Libertadores

O Atlético-MG provou mais uma vez por que tem sido um mandante indigesto, na Arena Independência. Mesmo com 12 desfalques, a equipe fez um bom jogo na vitória contra o Santos (3 a 2) e pela primeira vez nesse Campeonato Brasileiro ingressou no G-4. Foi a terceira vitória seguida dos mineiros, que têm a melhor campanha no returno.

Diego Tardelli, um dos melhores jogadores do futebol brasileiro, mais uma vez fez a diferença para o Galo. Marcou 2 gols e criou outras oportunidades. Tardelli é taticamente perfeito. Volta para ajudar a marcação sem comprometer a sua principal função: atacar com qualidade.

                                            crédito foto: Agência Estado

O Santos começou melhor o jogo e apostou em jogadas aéreas para surpreender a defesa rival. Leandro Damião e Edu Dracena tiveram boas chances, mas cabecearam para fora.

O Atlético mostrou eficiência logo em seu primeiro ataque aos 11 minutos. Diego Tardelli cruzou, a bola pegou efeito, quicou no gramado e enganou Aranha. Aos 23 minutos, Marcos Rocha cruzou da direita e Cicinho jogou contra o próprio patrimônio. Na sequência, o Peixe quase descontou com bicicleta de Leandro Damião que acertou o travessão.

Os anfitriões poderiam ter ido para o intervalo com um placar mais elástico. O jovem Carlos perdeu três boas chances para marcar.

Para a etapa final, o Santos voltou com Geuvânio na vaga do lesionado Robinho. Assim como no início do primeiro tempo, quando se aproximava do gol, o Peixe foi surpreendido pelo adversário. Em cobrança de falta, aos 8, Guilherme aproveitou descuido da defesa santista e rolou para Diego Tardelli, que bateu cruzado sem chance de defesa para Aranha. Thiago Ribeiro e Geuvânio diminuíram a desvantagem santista. Os minutos finais foram intensos. De um lado, o Atlético mantinha a volúpia ofensiva e tentava ampliar o marcador, e de outro, o Santos buscava desesperadamente o empate, que acabou não vindo.

Mesmo sem os lesionados Giovanni, Pedro Botelho, Emerson Conceição, Réver, Emerson, Lucas Cândido, Claudinei, Rafael Carioca, Marion, Maicosuel, Luan e Jô, o Atlético, de Levir Culpi, mostrou ser competitivo e vai brigar com força por uma vaga na Copa Libertadores-15. No próximo domingo, o Galo voltará à Arena Independência para receber o desesperado Vitória, que luta contra a queda à série B. Tem tudo para somar mais três pontos e se aproximar do objetivo que é voltar a competição sul-americana.




quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cruzeiro cada vez mais perto do título

O Cruzeiro derrotou o Coritiba por 2 a 1, no Couto Pereira e beneficiado com o empate do São Paulo contra o Flamengo, abriu 8 pontos de diferença sobre o novo vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Internacional. Dessa forma, dificilmente o tetracampeonato escapará da Toca da Raposa, mesmo faltando 15 rodadas para o final.

                                             Fotos: Geraldo Bubniak/LightPress

A equipe mineira voltou a atuar em bom nível e pavimentou a vitória ainda no primeiro tempo, quando abriu 2 a 0 com gols de Marcelo Moreno (pênalti) e Éverton Ribeiro. A Raposa fez uma ótima etapa regulamentar, onde dominou o nervoso Coxa com um toque de bola envolvente e muita movimentação no meio de campo e ataque com Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Marcelo Moreno e Willian.

Na etapa final, o ímpeto ofensivo cruzeirense foi reduzido e os anfitriões cresceram a partir da entrada do atacante Martinuccio no lugar do volante Germano, que havia cometido pênalti tolo em Nilton no início de jogo. E foi o uruguaio quem descontou para o Coxa. O goleiro Fábio garantiu os três pontos com defesa monumental em cabeçada de Zé Love. Nos acréscimos, o time da casa foi prejudicado pela arbitragem, que ignorou pênalti de Ceará em Zé Love. Mesmo assim não dá para dizer que a vitória cruzeirense foi injusta.

O Cruzeiro só não ficará com mais um título se for incompetente na sequência do campeonato. Dificilmente vai bobear. É o único time que me dá gosto de ver jogar nesse monótono Brasileirão. É ofensivo e regular na parte defensiva. Não acredito que os irregulares Internacional e São Paulo possam tirar mais uma conquista de Belo Horizonte.



domingo, 21 de setembro de 2014

Corinthians se recupera em grande estilo com vitória de virada sobre o São Paulo

Corinthians e São Paulo fizeram um clássico muito movimentado na Arena Corinthians, pela 23a rodada do Campeonato Brasileiro. O Timão, que vinha tendo atuações pífias nas últimas rodadas, se recuperou em grande estilo com a vitória de virada por 3 a 2 sobre o rival e continuou no G-4. Já o time de Muricy Ramalho conheceu a segunda derrota seguida e continuou sete pontos atrás do líder Cruzeiro.


Embora tenha tido maior presença no campo ofensivo no primeiro tempo, o Timão foi surpreendido pelo eficiente Tricolor, que em suas duas únicas chances fez os gols a partir de jogadas de bola parada.

 Logo aos 5 minutos, Kaká cobrou falta, Rafael Toloi dividiu com com os defensores adversários e a bola sobrou para o volante Souza, livre de marcação, estufar a rede. Os visitantes perderam Rafael Toloi com lesão muscular aos 21 minutos. Antônio Carlos entrou no seu lugar e pouco tempo depois foi protagonista do lance mais polêmico do clássico. O atacante Malcom, invadiu a área, finalizou para grande defesa de Dênis e no rebote o zagueiro são paulino interceptou a bola com o braço. Pênalti bem marcado. Fábio Santos converteu a cobrança e deixou tudo igual.

O Corinthians se inflamou e tentou a virada com Guerrero. Aos 43, o peruano foi acionado pela direita e bateu cruzado para boa defesa de Dênis. Na sequência, o Tricolor voltou a ficar na frente do placar. Kaká bateu falta, a defesa corintiana falhou na linha de impedimento e deixou Edson Silva, em condições legais, para vencer Cássio.

A etapa final foi emocionante. O Timão voltou mais ofensivo e quase empatou aos 7 minutos. O jovem Malcom recebeu bom lançamento, "matou" a pelota no peito e chutou com força para linda defesa de Dênis. Aos 20 minutos, Álvaro Pereira derrubou Guerrero dentro da área. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcou a penalidade e expulsou o lateral, considerando que o peruano encontrava-se em oportunidade clara e manifesta de gol. Fábio Santos bateu bem e fez o seu segundo gol no clássico.

Com um a menos em campo, o Tricolor se retraiu ainda mais. Oito minutos depois do empate, o alvinegro conseguiu a virada. Após linda trama com Malcon e Danilo, Guerrero, o melhor jogador em campo, tocou na saída de Dênis e correu para o abraço para delírio dos mais de 30 mil corintianos presentes na Arena. Aos 38, a equipe corintiana também ficou com 10 jogadores. Fábio Santos deu carrinho por trás em Osvaldo e recebeu o cartão vermelho direto. Nos minutos finais, com muita raça, o Corinthians segurou o resultado, assim se mantendo na 3a colocação do Brasileirão.


***Pitacos

* O Corinthians foi melhor em boa parte do jogo e mereceu a vitória, que poderia ter sido mais elástica se não fosse o paredão Dênis, autor de pelo menos duas grandes defesas.

* O São Paulo teve postura cautelosa em boa parte do clássico, sobretudo na etapa final, quando viu o Corinthians dominar as ações ofensivas. Dos jogadores de linha, Kaká foi o único que se salvou na derrota. O veterano se movimentou bem, apareceu em vários setores do campo e participou dos dois gols são paulinos. Como não é mais um garoto, cansou no segundo tempo.

* Paulo Henrique Ganso, a grande estrela são paulina, teve fraca atuação. Ajudou pouco na armação de jogadas, mostrou muito nervosismo e levou cartão amarelo por reclamação.

* Criticado em jogos anteriores, o ataque alvinegro foi muito bem no Majestoso. Melhor em campo, Guerrero participou de quase todas as jogadas. Deixou a sua marca e sofreu pênalti. Destaco também mais uma boa atuação do jovem Malcom, que mostrou muita personalidade em seu primeiro grande teste. Será que enfim a base do Corinthians revelou um atacante decente? Malcom, 17 anos, é rápido e habilidoso, mas ainda tem muito a aprender. O torcedor corintiano precisa ir com calma com o garoto, que certamente irá oscilar, porém o início dele é promissor.

* Ponto forte do time ao longo da campanha, a defesa corintiana vacilou demais e perdeu o status de menos vazada para o Grêmio, que venceu a Chapecoense sem sofrer gol. Gil, o melhor zagueiro do Brasil, teve atuação decepcionante, falhando no segundo gol são paulino.

* Destaco também a arbitragem perfeita de Luiz Flávio de Oliveira. Clássico muito difícil de apitar e ele acertou em todos os lances polêmicos. Merece elogios. São paulinos reclamam sem razão. Perderam graças à própria incompetência. O violento Álvaro Pereira pôs tudo a perder. Com um a menos na maior parte do segundo tempo ficou difícil para o Tricolor conseguir a reação.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Mais um péssimo resultado do burocrático Corinthians

Impressionante! Estamos chegando ao final de temporada e o badalado Corinthians ainda não conseguiu engrenar no Campeonato Brasileiro. Apesar de estar bem colocado na tabela (4o), o Timão, dono de um futebol paupérrimo, tem tropeçado seguidamente diante de adversários pequenos e não para de acumular empates (10 em 22 jogos), sendo o recordista.

Na noite dessa quinta-feira, o alvinegro teve a sua pior exibição na Arena Corinthians e não saiu do empate em 1 a 1 contra a Chapecoense, que luta contra o rebaixamento. O mandante parou na forte marcação adversária e criou poucas chances de gol. No início, a impressão era que o Timão não teria dificuldades para somar mais três pontos na tabela. Fez um golaço logo aos 9 minutos com o jovem Malcom, um dos poucos que se salvaram da péssima atuação. E foi só. É bem verdade que a Chapecoense não ameaçou em nenhum momento o goleiro Cássio nos 45 minutos iniciais. Deu sono!



Na etapa final, os visitantes tiveram postura agressiva e dominaram as ações ofensivas. Chegaram merecidamente ao empate em gol contra de Ferrugem. O Corinthians não se acertava em campo, abusava dos chutões e, pasmem, caiu ainda mais de rendimento a partir das entradas de Romero e Lodeiro, respectivamente, nas vagas de Luciano e Jadson. Ambos entraram mal, errando muitos passes para desespero dos mais de 25 mil corintianos presentes. A Chapecoense esteve muito perto de sair da Arena com um resultado histórico. Fabinho Alves, quase dentro da pequena área, finalizou em direção ao gol e Fábio Santos salvou praticamente em cima da linha. É verdade que pouco tempo depois, em lance parecido, Wanderson evitou gol de Guerrero.

O empate em 1 a 1 acabou sendo justo para um jogo fraco tecnicamente. O Timão segue devendo melhor futebol para o seu torcedor. Elias, a maior contratação da temporada, não é nem sombra daquele jogador que encantou entre 2008 e 2010. Parece estar longe da forma física ideal. Além disso tem jogado mais recuado, perdendo a sua principal qualidade, a chegada como elemento surpresa ao ataque.

O Corinthians só se manteve no G-4 ao final da 22a rodada devido a incompetência do Fluminense, que foi derrotado de virada pelo lanterna Vitória. Outros concorrentes como Grêmio e Atlético-MG também têm tido altos e baixos e não conseguem alcançar o Timão. Se o time paulista não abrir os olhos, vai ficar longe do pelotão de elite na sequência do campeonato. A possível não classificação à Copa Libertadores seria um desastre para um clube que investiu muito em reforços.

O grande responsável pelo fato de o Corinthians não apresentar um futebol condizente à qualidade de seu elenco atende pelo nome de Mano Menezes. O repertório de jogadas do time é muito pobre. Só se vêem chutões e jogadas aéreas. Mano fala muito e faz pouco. A relação Corinthians e treinador deve ser repensada para 2015 mesmo que o clube atinja o objetivo em se classificar para a Copa Libertadores. É bem provável que ele não fique, abrindo espaço para o retorno do consagrado Tite.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Ducha de água fria no São Paulo

Chegou ao fim a sequência de nove jogos de invencibilidade do São Paulo no Campeonato Brasileiro. O Tricolor não resistiu ao Coritiba (3 a 1) e terminará a 22a rodada do Campeonato Brasileiro sete pontos atrás do líder Cruzeiro, que fez o dever de casa, vencendo o Atlético-PR (2 a 0), no Mineirão. A caminhada para o heptacampeonato ficou mais complicada.

                                              crédito foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Sem Kaká, suspenso pelo terceiro amarelo, o São Paulo se tornou um time comum, lento e sem pegada. O goleiro Rogério Ceni também foi desfalque por conta de uma tendinite no joelho esquerdo.

Sem emoções, o primeiro tempo se arrastava para um chocho empate sem gols até que aos 46 minutos, Michel Bastos, substituto de Kaká, recebeu assistência de Alexandre Pato e com um bom chute de dentro da área venceu o goleiro Vanderlei.

Na etapa final, o Coritiba veio para cima em busca do empate e da virada. Conseguiu o primeiro objetivo aos 14 minutos com Hélder pegando sobra e emendando um bom chute de fora da área, após vacilos de Rafael Tolói e sobretudo de Álvaro Pereira. O São Paulo ficou atordoado em campo e levou a virada três minutos depois. Elber cruzou e o camaronês Joel só completou para as redes. Dênis fez defesa espetacular em cabeçada à queima roupa de Alex, mas não conseguiu evitar mais um gol de Joel aos 40 minutos. O Coxa deitou e rolou, e no final até merecia um placar mais elástico..

Mais pitacos

Ficou provado que o São Paulo é muito dependente de Kaká. Sem ele, vira um time comum.

A vitória do aplicado Coxa acabou sendo justa. Depois de 18 rodadas, o time conseguiu deixar a zona do rebaixamento.

No próximo domingo, o São Paulo terá pela frente o arquirrival Corinthians, na Arena Corinthians com o retorno de Kaká e a ausência de Alexandre Pato, impedido de enfrentar o ex-clube. A expectativa é de um grande clássico.

Por sua vez, o Coritiba visitará o Sport, domingo, na Ilha do Retiro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Por que os árbitros interrompem tanto os jogos do Campeonato Brasileiro?

A arbitragem do futebol brasileiro está longe de agradar. Os homens do apito têm cometido vários erros, que acabam influenciando diretamente os resultados. O que mais me incomoda é o excesso de faltas marcadas. Os árbitros param demais os jogos do Campeonato Brasileiro, marcando qualquer tipo de infração. Os jogos acabam não fluindo como deveriam.

O paraense Dewson Freitas, presente em 9 jogos, é um dos raros que destoa do padrão da arbitragem. Marca em média 26,7 faltas por partida. Na última quinta-feira, ele arbitrou o agradável Corinthians 1 x 0 Atlético-MG e deixou o jogo correr sem exagerar na quantidade de faltas marcadas. Apenas 21 foram computadas, segundo dado do Footstats. Para se ter uma ideia, o catarinense Paulo Henrique Godoy Bezerra (foto) apitou 7 vezes no campeonato e marcou em média 42,1 faltas por jogo. É um dos líderes no quesito.



Sabendo que a maioria dos árbitros aplica um número exagerado de faltas, muitos atletas brasileiros não têm nenhum pudor em simular. Qualquer contato físico com o adversário é motivo para caírem no gramado como se tivessem sido baleados.

Uma arbitragem que deixe o jogo correr naturalmente é importante para a qualidade do espetáculo. Nos grandes centros europeus isso é comum. O atacante Neymar, que ficou mal acostumado ao padrão de arbitragem brasileiro, sofreu no início de sua passagem pelo espanhol Barcelona, em 2013. Hoje mais maduro, o craque tem a consciência que os homens do apito de lá não caem na lábia de piscineiros (gíria comum na Europa para atletas que simulam faltas).




terça-feira, 9 de setembro de 2014

O reinício da Era Dunga na Seleção Brasileira

A segunda passagem de Dunga pela Seleção Brasileira começou bem. Depois de ter vencido a forte Colômbia por 1 a 0, na última sexta-feira, em Miami, a equipe brasileira repetiu o placar contra o bom Equador, na noite dessa terça-feira, em Nova Jérsei, nos Estados Unidos.

                                             crédito foto: Rafael Ribeiro/CBF

As atuações não foram brilhantes, mas já deu para notar evolução em relação ao time comandado por Felipão na última Copa do Mundo. O Brasil tratou a bola com maior carinho e apresentou melhor repertório de jogadas. Contra o Equador, o gol da vitória saiu em jogada ensaiada de bola parada. Neymar recebeu de Oscar e enfiou na medida para William tocar na saída do goleiro Domínguez. Com o antigo treinador, esse tipo de lance não era visto.

Jogadores que não disputaram a última Copa do Mundo se saíram muito bem nos primeiros testes de Dunga, casos dos zagueiros Miranda e Marquinhos, do lateral-esquerdo Filipe Luís e do atacante Diego Tardelli.

Muita coisa ainda precisa melhorar. Sinto falta de criatividade no meio de campo. Oscar e Willian não são armadores e sim meia-atacantes. O Brasil necessita daquele jogador que consegue quebrar a forte marcação com passes açucarados para os atacantes. Paulo Henrique Ganso, o único meio-campista diferenciado do futebol brasileiro, tem feito isso pelo São Paulo e se continuar nessa toada merece convocação para os próximos amistosos contra a Argentina, no dia 11 de novembro, em Pequim e contra o Japão, três dias depois, em Singapura.

A carência maior é na lateral-direita. O veterano Maicon teve atuação razoável contra a Colômbia. No último domingo foi cortado por Dunga por supostamente ter chegado atrasado a concentração após algumas horas de folga. Ninguém da comissão técnica confirma se esse foi o real motivo para o corte. Dificilmente Maicon voltará a vestir a amarelinha. Danilo iniciou como titular contra os equatorianos, porém não foi bem. Participou pouco do apoio e teve problemas defensivos sobretudo no segundo tempo.

O jovem Fabinho, do Monaco, convocado para a vaga de Maicon, esteve no banco. Confesso que jamais vi esse lateral atuar. Portanto não posso opinar sobre o seu possível aproveitamento no futuro. Gostaria de ver Rafael, do Manchester United, e Rafinha, do Bayern de Munique, de volta. Ambos têm boa presença ofensiva e não comprometem na marcação. De qualquer forma há entressafra de grandes laterais brasileiros. E esse problema não é de hoje.

Gostei do ataque brasileiro. Nos dois amistosos, Dunga adotou uma formação sem centroavante fixo. Embora não tenha tido bom desempenho nas finalizações, Diego Tardelli deu maior dinâmica ao setor. Neymar dispensa comentários. O novo capitão continua sendo a maior esperança de gols. Deixou a sua marca contra a Colômbia em bela cobrança de falta e deu assistência para Willian anotar o gol contra o Equador.

A tendência é que o Brasil cresça mais nos próximos amistosos. É importante ter um grupo forte para a disputa das Eliminatórias da Copa a partir de 2015. Argentina, Colômbia, Chile, Uruguai e Equador serão ossos duros de roer. A classificação ao Mundial da Rússia em 2018 não será simples como muitos imaginam.


domingo, 7 de setembro de 2014

Balanço do 1º turno do Brasileirão 2014

*** As 19 primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro apresentaram uma baixa média de gols: 2,1 gols/partida. Em 190 jogos foram marcados 400 gols. Foi o pior índice desde a adoção do formato por pontos corridos em 2003.

*** O baixo número de gols é reflexo do excesso de empates em 0 a 0. Na rodada do último fim de semana, três jogos terminaram com o placar zerado: Chapecoense x Goiás, Criciúma x Corinthians e Bahia x Coritiba.

*** O líder Cruzeiro remou contra a maré e se destacou pela alta letalidade de seu ataque. Vazou as redes adversárias em 41 oportunidades. A Raposa está há 7 pontos do vice-líder São Paulo e caminha a passos largos rumo a mais um título brasileiro. Tem o melhor elenco e futebol do Brasil. Só não ficará com o troféu se for incompetente na segunda metade do Nacional.



*** O São Paulo, oscilante na maior parte do primeiro turno, mostrou clara evolução nas rodadas finais. Não perde desde a 12a rodada, somando nesse período cinco vitórias e dois empates. O quarteto ofensivo Kaká, Ganso, Alexandre Pato e Alan Kardec se encaixou muito bem, sobretudo a partir da chegada de Kaká, que contagiou o elenco com sua energia em campo . Até o sistema defensivo, considerado o ponto fraco do time, se comportou bem na etapa final.

*** Além de São Paulo e evidentemente do líder Cruzeiro, vão brigar por vaga no G-4: Internacional, Corinthians, Fluminense, Atlético-MG e Grêmio. Não creio que outras equipes possam chegar no pelotão de elite.

*** O Corinthians é dono de um dos elencos mais fortes do país, mas ainda não traduziu isso em grandes resultados. O time é o quarto colocado na tabela e somou 9 empates, sendo o recordista da série A. Os comandados de Mano Menezes perderam pontos preciosos, sobretudo em jogos dentro de casa. Por exemplo, é inadmissível perder para Figueirense, empatar com Bahia e Atlético-PR. Não fosse essa instabilidade, o Timão estaria brigando pelo título de forma acirrada com o Cruzeiro. A diferença para o líder é de 10 pontos. A realidade é apenas lutar por vaga na Libertadores 2015.

*** O Flamengo iniciou mal a competição, mas se recuperou na tabela a partir da chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, que vinha de trabalhos ruins anteriormente. Luxa parece ter ressurgido das cinzas. O rubro-negro não vai brigar contra a degola, porém dificilmente vai conseguir vôos mais altos. Faltam jogadores de maior qualidade..

*** Chapecoense, Palmeiras, Criciúma, Coritiba, Bahia e Vitória correm sérios riscos de degola. É bom abrirem os olhos para não chorar depois. Acredito que o Verdão permanecerá na elite. Há equipes piores.

*** A minha seleção do Campeonato nas 19 rodadas iniciais: Fábio (Cruzeiro), Mayke (Cruzeiro), Gil (Corinthians), Dedé (Cruzeiro) e Egídio (Cruzeiro), Gabriel (Botafogo), Lucas Silva (Cruzeiro), Éverton Ribeiro (Cruzeiro), Paulo Henrique Ganso (São Paulo); Ricardo Goulart (Cruzeiro) e Diego Tardelli (Atlético)

*** Vou torcer muito para que o nível técnico melhore no returno.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Minhas impressões sobre a moderna Arena Corinthians

Depois de tanto tempo, enfim, conheci a moderna Arena Corinthians inaugurada em maio passado. Acompanhei o jogo Corinthians 3 x 1 Bragantino, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Aqui vão algumas impressões sobre a nova casa corintiana.


                                              foto: Rafael Alaby

1) Para ir ao estádio, usei a forma de locomoção recomendada pelo clube e autoridades: transporte público, via metrô. Entrei na estação Vila Mariana, na linha azul, com destino a Sé (15 minutos). Fiz a baldeação para a linha vermelha com destino ao metrô Corinthians-Itaquera. Levei cerca de 20 minutos. Do ponto final do metrô, caminhei mais 10 minutos até o setor J (Leste Superior). O ingresso adquirido um dia antes do jogo custou R$ 75,00 (meia-entrada para estudante).

2) Chamou-me atenção o grande painel de LED do lado externo da Arena. Havia a informação do jogo que aconteceria ali. Encantados, os torcedores não paravam de fotografar.

3) Havia fila para entrada no setor J, porém bem organizada. Levei poucos minutos a ingressar no estádio.

4) O acabamento interno da Arena é espetacular. A impressão é que o torcedor está dentro de um shopping center. Há pisos e azulejos de mármore. Os banheiros são bem limpos, com torneiras de abertura e fechamento automáticos e secadores de mão elétricos.

5) Todos os lugares do Setor Leste Superior são numerados. Fiscais contratados pelo Corinthians ajudam os perdidinhos a localizarem os seus assentos. As cadeiras são bem confortáveis. Nada lembra o Pacaembu, antiga "casa" corintiana.

6) A visão para o gramado é interessante. Não há pontos-cegos, assim obedecendo o padrão Fifa. A iluminação é muito boa. Jogadores e sobretudo profissionais de TV não podem reclamar.

7) Dois telões com imagem em alta definição entretêm os torcedores. O jogo é transmitido, porém sem replays, obedecendo determinação da CBF. No intervalo são mostrados os gols da rodada.

8) O que destoam no estádio são as ferragens das estruturas das arquibancadas provisórias utilizadas na Copa do Mundo, encerrada em julho passado. Nas próximas semanas, enfim, a empresa contratada pela Odebrecht, responsável pela construção do estádio, finalizará a retirada. Certamente o visual dos setores Norte e Sul ficará bem mais agradável.

9) O estádio recebeu um bom público, levando em conta o péssimo horário das 22h de quarta-feira. O jogo também foi transmitido pela Rede Globo. Pouco mais de 27 mil torcedores pagaram ingresso. O número poderia ter sido maior se a diretoria corintiana não metesse a faca no preço do ingresso do Setor Inferior Oeste, que praticamente esteve às moscas. R$ 200,00 (R$100 a meia-entrada) foi cobrado por ali. Absurdo! A grande massa corintiana é formada por torcedores de menor poder aquisitivo.

10) Há lanchonetes no hall de entrada. Durante o jogo, vendedores passavam nas cadeiras oferecendo produtos como água, refrigerante, hot-dog, pipoca e X-Burguer de Picanha. Como havia jantado antes de sair de casa, não consumi no local. No entanto, meu colega David Fernandes comeu o X-Picanha de R$10 e não aprovou. Disse que a carne não se tratava de picanha. A digestão do alimento não foi nada boa. Ele sofreu com azia no decorrer da madrugada.

11) Chamou-me atenção um vendedor que manipulava gelo com a mão sem luva de proteção. Ele pegava o dinheiro e em seguida metia a mão nos cubos de gelo antes de colocá-los no copo de refrigerante. Atitude anti-higiênica.

12) Optei por sair cinco minutos antes do apito final. Dificilmente faço isso em jogos de futebol. Quis evitar perder o metrô, que encerraria as atividades à 0h30. Seria muito complicado ter outra opção de transporte na volta para a Vila Mariana. O retorno transcorreu dentro da normalidade. Pouco antes da 1h já me encontrava em casa.

Pitacos finais!

* Recomendo a visita ao estádio até para quem não for corintiano. Espero que os torcedores alvinegros e rivais zelem pelo patrimônio do clube.

** Achei que o Corinthians poderia explorar melhor o marketing de sua Arena com a construção de lojas, restaurantes, bares, etc. O velho Morumbi rende várias fontes de renda para o São Paulo com outras atividades extra-futebol.

***  Pretendo visitar o Allianz Parque, futura nova casa do Palmeiras, assim que o estádio for inaugurado em outubro. Certamente farei o post com as minhas impressões.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Gareca caiu. O que será do Palmeiras na sequência do Campeonato Brasileiro?

O Palmeiras comunicou na tarde dessa segunda-feira a demissão do técnico argentino Ricardo Gareca, que ficou menos de três meses no cargo. Gareca teve muitas dificuldades no comando técnico e não resistiu aos maus resultados. Em 13 jogos contando Campeonato Brasileiro, amistoso contra a Fiorentina-ITA pela Copa Euro-Americana e Copa do Brasil, ele somou apenas quatro vitórias, um empate e oito derrotas. A situação no Nacional foi ainda pior. Conduziu o time a apenas uma vitória - contra o Coritiba (1 a 0), no Pacaembu. Mesmo com o histórico negativo, ele deixou o Verdão fora da zona do rebaixamento à série B.

                                           crédito foto: Divulgação

Embora tenha tido parcela de culpa pelos insucessos recentes, não acho Gareca o grande culpado pela crise. A grande responsável é a diretoria, que inchou o elenco com jogadores de qualidade técnica duvidosa e perdeu de bobeira o artilheiro Alan Kardec para o rival São Paulo.

Não vejo alguém capaz de assumir a equipe e tirá-la do buraco. Especula-se que Dorival Júnior seja anunciado nas próximas horas. É bom treinador, mas não o salvador da pátria. Desde o Santos, em 2010, o ex-volante palmeirense entre 89 e 92 não emplaca um bom trabalho. Não foi bem no Atlético-MG, Inter, Flamengo, Vasco e Fluminense, a sua última curta passagem, que ficou marcada pelo rebaixamento à série B. *O Flu acabou se salvando via STJD, que puniu a Portuguesa devido a escalação irregular do meia Héverton na última rodada do Brasileirão 2013.

O elenco palmeirense é fraco tecnicamente. Há poucas peças interessantes. Além disso, o time está mergulhado numa maré de azar. Nada dá certo. E não é de hoje que isso acontece.

Estou curioso para saber o futuro de alguns atletas argentinos indicados por Gareca: o zagueiro Tobio, o meia Allione e os atacantes Mouche e Cristaldo. Cerca de 25 milhões foram investidos nas contratações. Já pensou se Emerson Leão (outro nome cotado) assumir o comando alviverde? O ex-goleiro nunca se simpatizou com atletas vindos de nossos vizinhos sul-americanos...